quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Digo Não ao Coco de Cachorro na Rua

Na terça-feira do dia 18 de setembro de 2012, eu fui ao supermercado próximo à minha casa, com o intuito de comprar alguns itens para a composição do almoço familiar. Resolvi ir à pé para aproveitar os primeiros raios de sol da manhã. Ao sair do portão da minha casa, localizada no bairro Cascatinha, na cidade de Juiz de Fora – MG, fiquei estupefato com o que vi: uma quantidade imensa de cocos de cachorros. Rapidamente, tive que abandonar o calçamento para dividir espaço com os veículos. Foi-me impossível manter minhas caminhada da forma como queria. Me desviei e comecei a contar os “montes”. Cheguei à soma de vinte e dois, e desisti. Confesso aos leitores que aquilo me tomou de ira. Algumas perguntas vieram à minha cuca: Será que estes cachorros não têm donos? Será que a Prefeitura da cidade instituiu que agora é lícito transformar as ruas e calçamentos destinados a pedestres em banheiros para cachorros? Os donos desses cachorros não tinham mãos para carregarem sacolinhas plásticas? Eram deficientes? E com essas perguntas circulantes em minha cabeça, passei a ficar enojado com essa trite e vergonhosa realidade. Os que me conhecem de perto sabem que não sou muito fã de cuidar de animais. Minha criação como pessoa não me permitiu esse relacionamento, que até admiro, entre as pessoas e seus bichinhos. Admiro demais as pessoas que gastam seu dinheiro no cuidado com os animais. Não à toa, o mercado de Pet Shop’s e as clínicas veterinárias estão entre os centros que mais crescem na atualidade. Segundo dados da Revista Veterinária, o número de estabelecimentos como os citados cresceu de forma contundente. Segundo fontes do Sebrae: “O mercado brasileiro de pets movimentou R$ 11 bilhões em 2010. Deste total, 66% correspondem à venda de comida para animais de estimação e 20% a serviços do setor. Este mercado realmente é promissor. Mundialmente, o setor faturou US$ 76 bilhões em 2010. Os dados são da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação (Anfalpet). Em artigo, Marcos Gouvêa de Souza, diretor geral da GS&MD – Gouvêa de Souza avalia as boas perspectivas para o segmento de pet shops no Brasil. O segmento teve um faturamento aproximado, na ponta do varejo, superior a R$ 11,3 bilhões, com um crescimento real de 4,5% em 2011. Em 2010 esse mercado cresceu 8,5% em relação ao ano anterior de 2009 e tudo indica que deverá continuar a se expandir em percentual superior ao crescimento do PIB nos próximos anos. Estima-se em 25 mil o número de pet shops no país. Hoje a tendência do mercado de Pet shops inova com produtos diferenciados, como esmaltes e refrigerantes, salões de beleza para animais, novos tipos de banhos, tosas e secagem de pêlos, com produtos importados de alto nível e serviços de entrega. No quesito luxo, o mercado pet do Brasil também tem muito a crescer. Uma pesquisa realizada pelo portal WebLuxo revela que apenas 5,5% do mercado brasileiro é composto por produtos mais caros. Os mais vendidos são coleiras, roupas, bebedouros e casinhas. Os estabelecimentos faturam até R$ 200 mil por mês. O Brasil tem hoje o segundo maior mercado pet do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Segundo dados da (Anfalpet), o Brasil tem estrutura e capacidade de produção para ser também o segundo maior exportador de artigos do segmento, com US$ 4 bilhões ao ano. O Brasil tem 98 milhões de animais de estimação. Segundo Antônio Braz, analista do IBGE o peso dos gastos com animais de estimação representa percentual de 0,7% no orçamento. Por isso, é bom ficar ligado nas tendências de produtos e serviços e nas regras básicas de manutenção de uma loja pet shop ou uma clínica veterinária”. De fato, criar bichinhos como gente é um bom negócio. Mas eu descobri que não estou sozinho nessa luta contra cocos de cachorros. Uma senhora, moradora de Copacabana, no Rio de Janeiro, espalhou um vidro de pimenta na calçada para espantar os cachorros. Segundo ela, “funciona que é uma beleza”. (Folha On Line, 15/09/2008). Ou ainda o caso de Cláudio Althierry que plantou bandeirinhas indicando a falta de educação dos cariocas e seus cachorrinhos no bairro do Flamengo – RJ. Não, não, senhores e senhoras, não sou contra a criação amorosa e o cuidado com os bichinhos. Sou contra o descaso das pessoas com seus animais quando dos passeios matinais, vespertinos e até noturnos. Repito: sou contra o descaso das pessoas que não recolhem os excrementos dos seus bichinhos, antes, deixando-os para deleite sensitivo dos cidadãos em geral. Sendo assim, acho que o cuidado, a atenção e o asseio com os passeios dos bichinhos deve ser assegurado pelo dono ou dona do animal. Eu não quero mais andar pelas ruas do bairro onde moro a mais de 10 anos tendo que me desviar da cáca dos cachorros. Eu quero ver cachorros e seus donos andarem livremente e alegremente com seus bichinhos, numa espécie de desfile da modernidade subjetiva, entretanto com educação, responsabilidade e, pelo menos, singelos gestos de cidadania. Bato palmas quando vejo donos ou donas responsáveis que recolhem o coco dos seus cahorrinhos. A bem da verdade, dá vontade de cumprimentar tal pessoa e ovacioná-la com força tal que todos os demais moradores venham a escutar. Então, vamos combinar uma coisa: que todas as pessoas de bem continuem a passear com seus cachorrinhos, mas que, com o mesmo cuidado dispensado com a caminhada, recolham o coco do animal. Ele não pode fazer isso sozinho. É você, pessoa humana, que possui polegar opositor, diferentemente de todos os demais animais. Assim, todos nós continuaremos a ter nossa caminhada normalizada, livre de visões detestáveis, cheiros repugnantes e, principalmente, daquela cáca alheia, ainda fresca, agarrada no solado do tênis branco. Fica o apelo!

DIA 70 - As mariposas giram em torno das lamparinas acesas

Gosto quando os olhares e os sorrisos oriundos de pessoas diferentes compactuam os sentimentos mais profundos numa doce simbiose. Pode ser q...