Hoje,
eu me levantei com um compromisso bastante específico. Por conta da
manifestação de uma diverticulose em minha mãe, que já há anos sofre com essa
inflamação, combinei de levá-la ao consultório médico com a finalidade de tirar
uma radiografia, fazer alguns exames e visitar, como de costume, a sua médica
particular. Eu já havia trocado de roupa e preparado o café. Enquanto eu tomava
algumas goladas e via algumas notícias nas redes sociais, fui surpreendido com uma
mensagem da minha filha. Me vi surpreso, pois ela, quase nunca, me envia
mensagens aleatórias.
A bem
da verdade, essa mensagem não era tão aleatória, pois ela continha um pedido bem
específico. Ela queria que eu levasse para ela a bolsa com os seus objetos destinados
à higiene bucal, que ela havia esquecido em seu quarto. Eu, prontamente, disse
a ela que faria o meu esforço para ir ao encontro dela. O curioso foi notar que
a rua da clínica onde a minha mãe iria fazer o seu exame era a mesma rua onde se
localizava a cafetaria Grão Moente, onde a minha filha trabalha. Desci de carro
até o centro da cidade de Juiz de Fora e me destinei à Rua Oscar Vidal.
Estacionei o carro na rua, liguei o pisca alerta e disse à minha mãe: “Mãe,
entra na clínica que eu vou levar uma encomenda para minha filha”. Enquanto eu
me destinava à cafetaria, fiquei pensando sobre a coincidência, quanto à
proximidade dos dois espaços. Eu estava usando a minha camisa branca com a
inscrição: “Faça o amor acontecer”. Sempre quando ando com essa camisa, tanto a
branca como a preta, noto que as pessoas ficam observando a frase que me
acompanha na vida. Cheguei à cafeteria e entreguei à minha filha a sua
encomenda. Dei um abraço nela e saí rapidamente para não atrapalhar o seu
trampo. Eu precisava ainda resolver a questão do estacionamento.
Enquanto
rumava para a clínica, eu me deparei com uma jovem senhora chamada Rita. Ela
trabalha nas ruas da cidade, organizando a forma dos estacionamentos e fiscalizando
os que estacionam de forma irregular. Dei-lhe bom dia e adquiri com ela o
ticket com a finalidade de deixar o meu carro na rua pelo prazo de 1h30.
Conversamos um pouco mais e, ao final, desejei a ela um feliz ano de 2023. Trocamos
sorrisos e eu continuei a minha trajetória. Eu, particularmente, acho muito
especial quando esses encontros fortuitos acontecem. É bom quando temos a
possibilidade de sermos gentis com as pessoas e recebemos a retribuição. Foi inevitável
para mim não me lembrar de José Datrino, mais conhecido como o Profeta
Gentileza. Eu já tive a oportunidade de narrar um pouco da sua história em um
pequeno livro que eu escrevi, intitulado: “Crônicas de uma alma subversiva”.
Enfim, eu concordo plenamente com Datrino: “Gentileza gera gentileza”.
Na
sequência, eu atravessei a Avenida Rio Branco, principal avenida da cidade de
Juiz de Fora, que foi idealizada pelo engenheiro Henrique Halfeld em fins do
século XIX. Me destinei à clínica onde a minha mãe estava fazendo o exame.
Havia um procedimento de segurança e as pessoas estavam sendo convidadas a usar
a máscara. Eu não portava nenhuma, mas a secretária da clínica me cedeu uma
para que eu a usasse, especialmente dentro do espaço fechado. Fiquei aguardando
a minha mãe por cerca de 29 minutos. Assim que ela desceu com o resultado do
exame, rumamos para o carro que estava estacionado na rua, logo em frente. Dei
partida no carro e subimos a Avenida Itamar Franco até o bairro Cascatinha. No
caminho, ela me disse que precisava pegar um dinheiro no banco. Estacionei o
carro e ajudei-a a sacar o dinheiro. Depois, rumei para casa, pois tinha que
preparar um material que eu estava escrevendo. Ao mesmo tempo, precisava também
me organizar para as sessões on-line que eu teria à tarde. Cheguei em casa, tomei
um banho e me organizei com as minhas demandas. Almocei e me assentei na
cadeira para aguardar o primeiro cliente. Atendi-o, bem como aos demais durante
o período da tarde. Em meios aos intervalos entre um atendimento e outro,
gastei meu tempo lendo uma obra muito simpática que me chegou às mãos,
intitulada: “Presente do Mar”, escrito por Anne Marrow Lindebergh. A leitura
dessa obra começou a provocar em mim um certo encantamento, especialmente por conta
da sua simplicidade e profundidade.
Passei
a tarde e início da noite envolvido com os meus atendimentos e o processo
psicoterápico, bem como com os meus estudos. Nesse processo, tive a
oportunidade de experimentar um pouco mais do crescimento inerente ao vasto
campo da psicologia. Encerrei os atendimentos por volta das 19 horas. Eu havia combinado
com um amigo muito querido, de longa data, para nos encontrarmos em um boteco.
A gente iria beber um pouco, colocar a prosa em dia e, assim, amimarmos os
nossos pilares emocionais de forma afetuosa. É, de fato, uma coisa maravilhosa
a celebração da amizade. Não bebemos muito. Eu tomei somente dois copos de cerveja
Petra e uma água com gás. Comemos um contrafilé com mandioca frita e pronto. Voltando
para casa, sob uma intensa chuva, estacionei o carro e destinei-me a um bom
banho. O dia foi exaustivo. Depois do banho, assentei-me na poltrona da minha
casa, fiz um pequeno lanche e assisti a alguns flashes do último jornal de uma
rede televisiva. Depois, coloquei o meu pijama e me destinei à cama para, enfim,
descansar e relaxar, porque a sexta-feira prometia.