Descortinam-se
mundos fecundos... horizontes abertos, profundos...
E
neles, luzeiros sem contas contam das suas vivências, das suas andanças num
lapso de segundo que se estende pela eternidade. Progenitores dão luz aos seus
filhos, e cada qual, mediante a sua própria energia vital, segue a sua lida,
iluminando o seu próprio percurso e os percursos alheios desfraldando diversos
devaneios.
Do
mistério profundo que é viver, inaugura-se a intensa possibilidade de criar e
recriar a ciranda das luzes, mais conhecida como relacionamento. Todavia, quem
ousaria afirmar a frivolidade dos relacionamentos? Em todos os tempos, relações
se configuram afetando o oposto, especialmente na aglutinação das memórias que
celebram as iluminações que ocorrem nos rostos daqueles que compõem o mundo. Em
todas as faces, eivadas de suas respectivas quantidades de melanina na pele, os
risos não cabem em si, tamanhas as cores rubis em frenesi.
É bom
quando se depara com as chamas pueris das crianças cheias de vigor correndo de
um lado para o outro, dependurando-se em balanços e gangorras nos parquinhos
envelhecidos das praças que silenciam memórias.
Manifesta-se
o crepúsculo e as traquinagens de revelam com gosto de caramelo. Hora de tirar
a roupa suja e tomar aquele banho com gosto de carinho e sabonete. Que venha a
noite de cores sombrias e a aurora com suas cores cheias de aventuras escolares,
iluminadas pelas amizades nas brincadeiras de roda e pelos livros desenhados
com letras palito.
Nos
mundos fecundos que desde a infância são gestados, é preciso fortalecer os elos
sem roer a corda, passando pelas portas e portais onde se pode experimentar os
primeiros beijos e os diversos afetos roubados nos lapsos de segundos, quem
sabe nos estalinhos que espocam nas festas adolescentes. Mas nem sempre,
beijinhos acontecem. Às vezes, na ausência das vanguardas, o tempo e o espaço
acolhem e abraçam os choros e os lamentos, os risos bem concisos e, talvez,
alguns amores dissabores.
Todavia,
nada como um dia após o outro. É lindo quando um broto de amora lambuza todo o
corpo de quem namora, quando quem namora tem o corpo afetado pelo mel inerente
aos humanos, cada vez mais humanos.
Em
meio à luz acesa de afetos sem rudeza, o encontro inusitado pode acontecer na
tela iluminada de um antigo celular. No início, pouca luz, depois gostosinho amor
que seduz. Há momentos em que pequenos momentos se transformam num luar espraiado
em um divã.
No
tempo real, concreto e singrado pelo senso surreal dos olhares perdidos em uma
piscina imaginária, nada mais resta ao que se refestela, a não ser a satisfação.
O doce escorre no cheiro de sangue que é acolhido pelo cogumelo brilhante.
Os caminhos
continuamente se abrem, cada um com seu ancinho, a terra a arar. O jardim ora
plantado, tem que ser iluminado e capaz de aninhar o amor em seus múltiplos
sentidos, olhares consentidos e a luz em seu clarão de luzes quentes.