quinta-feira, 18 de maio de 2023

DIA 20 - Contra os abusos e a violência sexual às crianças e adolescentes - 18 de maio

 


Hoje, dia 18 de maio, celebra-se em todo o país o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, instituído pela Lei Federal 9.970/00. Este dia é uma conquista das lutas que envolvem os Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes em todos os municípios do território brasileiro. Neste ano, celebra-se, também, a memória da menina Araceli Crespo – 8 anos de idade – que foi raptada, estuprada e morta na cidade de Vitória – ES, no ano de 1973. O crime, embora bárbaro e hediondo, continua sem um desfecho.

O caso dela que neste ano de 2023 locupleta 50 anos, convoca à mobilização e à construção de estratégias e ações que favoreçam a dignidade e os direitos das nossas crianças e adolescentes, especialmente quanto à proteção e cuidado frente a tantos abusos e violências sexuais.

O objetivo deste dia, segundo o texto base da campanha é: “Destacar a data para mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar da defesa dos direitos de crianças e adolescentes. É necessário garantir a toda criança e adolescente o direito ao seu desenvolvimento de forma segura e protegida, livre do abuso e da exploração sexual.”

As organizações parceiras neste processo são: O Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes; a Rede ECPAT Brasil; o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, bem como todas as organizações filiadas e parceiras nacionais. É preciso, de fato, que uma agenda de ações seja elaborada pelas sociedades civil e política, priorizando a promoção, a garantia e a defesa dos direitos de crianças e adolescentes em uma Rede de Proteção intersetorial e articulada em diversos movimentos.

A campanha tem como símbolo uma flor. Em um primeiro plano, ele faz referência aos desenhos feitos pelas crianças na primeira infância. Num segundo, convoca-nos a perceber a fragilidade que envolve o mundo as crianças e dos adolescentes, visando a necessidade de cuidado e proteção para um desenvolvimento saudável. A chamada “Faça Bonito. Proteja nossas crianças e adolescentes", convoca a sociedade a assumir a responsabilidade na proteção de crianças e adolescentes das diversas violências sexuais.

Em meu cotidiano, como psicólogo, assumo o desafio de acolher e atender crianças de todas as faixas etárias. É muito complexo quando, ao escutá-las atenciosamente, percepcionamos que ela fora vítima de abusos ou violência sexual. O quadro que se pinta no setting terapêutico é formado por cores desconexas que embaralham todas as convicções e teorias. Lágrimas querem ser gestadas pelos olhos, mas é preciso engolir a percepção e a escuta secamente. O pior é que a grande maioria desses abusos e violências acontece dentro dos espaços que se pretendem mais seguros para as crianças: o interior de suas próprias casas.



No caso de adolescentes, o sentimento de revolta é o mesmo. Não é pelo fato de ser eu um psicólogo que emoções desconexas deixem de se estabelecer em minha corporeidade.

Trabalhando no CRAS, afrontam-me as situações limites que envolvem crianças e adolescentes, especialmente frente aos abusos e violências sofridos. O pior é se deparar com maiores de 18 anos negando, veementemente, os seus crimes.

Enfim, acho extremamente válida a campanha. Ela deve se perpetuar em todos os 365 dias do ano. É uma campanha sem fim, sem limites. Cada cidadão ou cidadã deve se ocupar na luta, afinal de contas, todas as crianças e todos os adolescentes são as nossas crianças e os nossos adolescentes.

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