segunda-feira, 1 de abril de 2013

Páscoa: A flor que se abriu em abril

Hoje, dia 01 de abril de 2013 é feriado na França. Curioso notar que num país onde a laicidade é declarada na sua Carta Magna, a própria nação guarde para depois do dia de celebração da Páscoa, um dia de descanso para as pessoas e família. Conversando com uma senhora, que também é cristã, descobri que a festividade da Páscoa tem uma sonorização familiar muito intensa. Em virtude disso, é muito mais privilegiado a celebração e o estar em família do que a alegria em torno do chocolate, que por sua vez, está plenamente presente na cultura cotidiana. Por exemplo, nos mercados e supermercados não existem aqueles corredores expondo ovos de chocolate com seus coloridos e diversidades. Ao contrário, o que se vê são chocolates nos setores corriqueiros, como de costume, e alguns ovinhos também. Na Europa, a Páscoa chega juntamente com a primavera que é ansiosamente esperada, tamanho o rigor do inverno. E é muito bonito ver as árvores irrompendo em flores neste período. Durante todos os meses de fevereiro e março, nós vemos as árvores e seus brotos. Em abril eles começam a se abrir demonstrando todo um colorido especial e significativo. De fato, a Páscoa celebra a flor que se abriu em abril! Para mim, de uma forma particular, essa Páscoa ganhou sentidos especiais. É que depois de algum tempo longe da minha família, estivemos juntos por quinze dias e vivenciamos coisas muito boas, além de andarmos exaustivamente por toda a Paris. Assim, a Páscoa, além de trazer à minha mente as memórias e esperanças dos atos amorosos de Cristo, a Flor-mor que se abriu em abril, foi também para mim a pequena flor que se abriu em abril, enchendo-me de novas possibilidades para suportar os tempos sombrios e estranhos e continuar focado em meus objetivos. Hoje, toda a França, ou pelo menos a maioria dela, descansa e aguarda a explosão da primavera, da “printemps”, para poder viver a vida sem os casacos e sem a friagem inerente aos países europeus. Que venha a esperança e que de alguma forma, o Cristo vivo renasça no coração de todos aqueles que tiveram suas experiências de fé desbotadas frente a tantas guerras e conflitos gerados no bojo mesmo de um cristianismo em suas contradições e da complexa mistura entre Igreja e Estado. Ainda bem que o evento Cristo é bem maior que as instituições frias e calculistas que atravessaram tempos e épocas, constituindo o que hoje concebemos história, e irrompe nas vidas tal como as flores depois do frio do inverno. Que as flores continuem a se abrir em abril.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Meu Carnaval de Silêncio e Frio

Aqueles que conhecem Paris sabem muito bem que neste período do ano, onde o frio se instala de forma agressiva, a cidade fica silenciosa. As pessoas passam pelas grandes boulevards e pelas pequenas ruas com passos apressados, encolhidas e envolvidas pelos seus casacos escuros. Todos parecem correr, talvez para se abrigarem do frio ou encontrarem um lugar aquecido para o descanso do corpo. Como é interessante perceber que no bojo dos dias, as pessoas se entregam ao trabalho com intensidade para, ao final do mesmo, se recolherem aos seus lares, quem sabe para tomar uma sopa ou um chocolate quente, acompanhado logicamente de uma tradicional baguete e da companhia de alguém. Ao final de cada tarde, vejo as pessoas passando com seus embrulhos e seus passos apressados. Fogem do quê? Fogem de quem? Para mim, inegavelmente do frio. Nas mesmas tardes cinzentas, vejo as crianças saindo das escolas. Elas são pacotinhos ambulantes que caminham nas ruas tal qual pequenos robozinhos. Tamanho o número de roupas e acessórios que as envolvem. Vejo-as de mãos dadas com as mães ou então nas garupas das bicicletas com os pais. Elas também caminham silenciosas. Mesmo porque nessa época do ano todos os parques estão fechados e a alegria, inerente a cada uma delas, está escondida dentro das toucas e nos sonhos bizarros. O silêncio só é quebrado pelo canto de uma nota só dos corvos. São eles, vestidos em seus distintos ternos pretos, que quebram o silêncio no alto das árvores secas ou dos prédios e suas chaminés. O que ocorre em Paris e em grande parte da Europa é uma liturgia sem cor, sem canto, sem dança, sem festa, que parece querer romper de uma forma exuberante. Enquanto discorria me olhar sempre incauto percebendo as tramoias do cotidiano, lembrei-me que neste próximo fim de semana no Brasil é Carnaval. E fiquei pensando no paradoxo. Eu, um brasileiro amante dos trópicos, tendo que me aninhar no silêncio do meu quarto, envolto em múltiplos pensamentos, enquanto meu povo se diverte pelas ruas e vive, independente de sua crença e fé, a explosão de uma sempre eterna arrumada bagunça. Sim minha gente, é Carnaval, e o meu terá alegorias mil, tendo corvos puxando o samba enredo de uma nota só; na bateria automóveis e sirenes de todas as instituições do Estado; na avenida desfilarão as alas das mulheres e homens bem vestidos com seus casacos, bem como as crianças que formarão a comissão de frente com a grande inovação: virão fantasiadas de pacotinhos. E tem as alas dos marroquinos e suas lojas de bugigangas, dos chineses com seus pratos típicos – expondo patos assados ao caramelo e eu, silencioso na arquibanda das minhas mais remotas imaginações vendo o desfile acontecer. De fato, será um Carnaval bem diferente... frio e silencioso. Paris, 08, février, 2013.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Basta a Solitude...

Há muito tempo coisa alguma escrevo que me dê estrito prazer. E o abandono a este tipo de escrita deveu-se especificamente à transição que estou vivenciando neste exato momento de minha vida. Estou na França, mais precisamente vivendo dias em Paris. Cheguei no dia 14 de janeiro de 2013 e estou em pleno processo de adaptação à vida, língua e cultura do povo francês. Mas que França? Como no Brasil, é grande o número de pessoas oriundas de outras etnias ou mesmo fruto de diversos processos de miscigenação. Poderíamos aqui falar da França negra, da França latina, bem como da França oriental. Eu, por exemplo, resido numa autêntica Babel invertida, chamada Cité Universitaire, onde jovens de diversas partes deste planeta se encontram e se desencontram paulatinamente. É Babel invertida porque garante a variedade e a democracia das línguas, numa confluência final e possível com a fala francesa. Na França onde estou habitando, o céu cinza rodeia a cabeça confusa e cheia de inquietações. Elabora-se no âmago da alma uma espécie de espiritualidade da solitude, já que em francês, assim como em outras etnias, não existe a palavra saudade. De fato, solitude não é saudade, porque saudade pode ser uma coisa boa, uma alegria inusitada instalada nas agonias do ser. Mas solitude tem a ver com solidão e apertos constantes nos lados obscuros da humanidade. O céu cinza é acompanhado de um frio penetrante que provoca em todas as gentes o encolhimento e a conversa extremamente curta ao longo das distintas boulevards. As toucas e as luvas escondem partes preciosas da corporeidade e afetam os relacionamentos. Não se houve risos, tampouco a alegria nos semblantes. Em todos os cantos, o canto repetido dos corvos demarcando territórios. Eles voam e dominam os parques, com seu colorido peculiar – noir, anunciando mais frio e quebrando o silêncio das gentes. Vejo da janela do quarto a neve chegar. Ela é bonita. Os flocos de gelo caem lentamente como plumas de algodão doce e vão embranquecendo a paisagem. As árvores e seus brotos acolhem os flocos. O gramado dos campos e dos parques recepciona o gelo que se impõe. Nos lagos se forma uma fina camada de gelo e os corvos ainda cantam sua canção na mesma nota. O transporte se complica mais ainda, os grandes magazines se enchem e as pessoas buscam refúgios em locais acalentadores. Da minha parte, continuo na janela a observar os flocos caindo, acompanhado de uma saborosa caneca de café. O silêncio, a solitude, tudo se transforma em convite para a depressão, para o ensimesmar-se. É preciso dar um basta. Vestir um casaco e aventurar-se pelas ruas brancas. A neve não pode barrar-me. É preciso romper o gelo e criar alternativas. É preciso dizer com Gabriel Marcel: “La solitude est essentielle à la fraternité ». De fato, a solidão é essencial à fraternidade. E assim, nos abrimos à fraternidade, ao abraço amigo, à divisão da garrafa de vinho e a partilha do que não se deve partir. Paris, 24, janvier 2013.

sábado, 24 de novembro de 2012

Para onde vais passos meus?

Para onde vais passos meus? Quando os pés se alternam sem parar Na busca dos desejos presentes e ausentes Ou mesmo os sonhos que se almeja encontrar. Para onde vais passos meus? Sentindo a carga dos tempos, Apressados em distintos terrenos Singrando corredores dos ventos. Para onde vais passos meus? Rumo às trilhas do desconhecido Em jornadas de aflito silêncio E do sonho outrora perdido. Para onde vais passos meus? Sem descanso na água aquecida Como o corpo pesado, exaurido: Para os braços da amada querida.

sábado, 29 de setembro de 2012

A VIDA ABERTA ( para a amiga Ellen)

Eu gosto muito de Guimarães Rosa. Apesar de sua conhecida obra Grande Sertão Veredas nos apontar diversas dimensões fundamentais para se pensar a fé na vida, escolho, preferencialmente, suas assertivas que me ajudam no entendimento da pessoa humana, como a que cito: “o mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam”. Além desse apontamento literário em relação às pessoas, o filósofo francês Paul Ricoeur, afirma que toda a nossa vida é marcada por duas dimensões: a do voluntário e a do involuntário. Ora, existem múltiplas situações que nós podemos controlar, pois advém de nossas próprias escolhas e outras que nada podemos fazer, pois ocorrem inusitadamente e desestabilizam a jornada. Surgem de repente. Sendo assim, pessoas e situações se entroncam na existência para afirmar contundentemente que a vida está aberta. Em minha humilde concepção, baseando-me em Rosa e Ricoeur, afirmo que somos como músicas que em momentos distintos afinam ou desafinam mediante o jogo da vida. Outros muitos, ao contrário, pensam que o mais importante é que as pessoas sejam iguais ou que ajam da mesma forma. Ora, a riqueza da vida humana está em pensarmos coisas diferentes e somarmos nossas diferenças, quem sabe, para a construção de uma cultura de paz. Tal cultura não pode ser o fruto de uma ditadura ou da ordenança de uma pessoa sobre as outras. A cultura de paz é a resultante de gente que tem ao mesmo tempo um coração aquecido e mente esclarecida. É isso o que eu defendo. Quanto ao voluntário, podemos dizer que é relativamente tranquilo acolher-se o bem e o mal quando estes ocorrem por causa de cada escolha pessoal. Assim, quando sofremos a perda ou celebramos uma vitória, nos organizamos emocionalmente bem, pois sabemos que aquilo é fruto de nossa decisão. Entretanto, quanto ao involuntário, o acolhimento possui outros contornos, mesmo porque o que ocorre nesta dimensão é oriundo dos acidentes de percurso. É extremamente desagradável a gente ser conflitado por uma ou outra situação que surge sem a devida espera ou preparação. Sendo assim, acho que em todos os grandes dilemas da vida, sejam pessoais ou impessoais, a vida aberta deve cultivar os melhores sentimentos em relação às pessoas que nos cercam. Por isso, acho que na dinâmica da vida e suas relações, a gente tem que garantir a todas as pessoas a possibilidade de elas serem elas mesmas ou acolhe-las em suas crises diversas. Não somos pessoas comuns que vivem em organizações comuns. A vida da gente é como a nossa casa, onde as coisas acontecem de forma inusitada e às vezes, atravessada. E eu preciso confessar que eu gosto dessa aparente confusão de situações, pessoas, acidentes etc. A casa, mais do que um motorzinho bem regulado, é um organismo vivo formado por gente que afina e desafina ou que se assusta frente ao inusitado. Nesse ponto, podemos afirmar em tom dissonante que a vida está sempre aberta, mas nem tanto, mesmo porque o mais importante são as pessoas que ainda não foram terminadas. Aliás, foi conversando com uma amiga que essa ideia surgiu. Essa noção de vida aberta está ligada ao fato de sempre estarmos em entroncamentos, os mais diversos, sendo convidados(as) à escolha e também à visualização estupefata do que sobrevém. É que em alguns momentos a gente é motorista e controla o que acontece. Em outros momentos, somos passageiros e nesse ponto, as coisas se complicam para nós. Mas a vida está aberta e não podemos nutrir nenhuma espécie de medo em relação ao que vem ou possa ocorrer. É mais ou menos o que aconteceu com Jó. Ele fez suas escolhas, mas também sofreu o inusitado em sua vida, perdendo tudo e quase todos ao seu redor. Mas assim é a vida e de alguma forma, todos temos que encará-la da melhor maneira possível. Então, na vida aberta – mas nem tanto – e seus respectivos voluntários e involuntários, tenhamos no mínimo a atitude, primeiro para escolher bem quando pudermos escolher; e enfrentar bem, quando precisarmos enfrentar. Em tudo, porém, contando com a graça maravilhosa de Deus e nos tornando mais pessoas: desafinadas ou afinadas? Não nos importa, simplesmente pessoas.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Digo Não ao Coco de Cachorro na Rua

Na terça-feira do dia 18 de setembro de 2012, eu fui ao supermercado próximo à minha casa, com o intuito de comprar alguns itens para a composição do almoço familiar. Resolvi ir à pé para aproveitar os primeiros raios de sol da manhã. Ao sair do portão da minha casa, localizada no bairro Cascatinha, na cidade de Juiz de Fora – MG, fiquei estupefato com o que vi: uma quantidade imensa de cocos de cachorros. Rapidamente, tive que abandonar o calçamento para dividir espaço com os veículos. Foi-me impossível manter minhas caminhada da forma como queria. Me desviei e comecei a contar os “montes”. Cheguei à soma de vinte e dois, e desisti. Confesso aos leitores que aquilo me tomou de ira. Algumas perguntas vieram à minha cuca: Será que estes cachorros não têm donos? Será que a Prefeitura da cidade instituiu que agora é lícito transformar as ruas e calçamentos destinados a pedestres em banheiros para cachorros? Os donos desses cachorros não tinham mãos para carregarem sacolinhas plásticas? Eram deficientes? E com essas perguntas circulantes em minha cabeça, passei a ficar enojado com essa trite e vergonhosa realidade. Os que me conhecem de perto sabem que não sou muito fã de cuidar de animais. Minha criação como pessoa não me permitiu esse relacionamento, que até admiro, entre as pessoas e seus bichinhos. Admiro demais as pessoas que gastam seu dinheiro no cuidado com os animais. Não à toa, o mercado de Pet Shop’s e as clínicas veterinárias estão entre os centros que mais crescem na atualidade. Segundo dados da Revista Veterinária, o número de estabelecimentos como os citados cresceu de forma contundente. Segundo fontes do Sebrae: “O mercado brasileiro de pets movimentou R$ 11 bilhões em 2010. Deste total, 66% correspondem à venda de comida para animais de estimação e 20% a serviços do setor. Este mercado realmente é promissor. Mundialmente, o setor faturou US$ 76 bilhões em 2010. Os dados são da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação (Anfalpet). Em artigo, Marcos Gouvêa de Souza, diretor geral da GS&MD – Gouvêa de Souza avalia as boas perspectivas para o segmento de pet shops no Brasil. O segmento teve um faturamento aproximado, na ponta do varejo, superior a R$ 11,3 bilhões, com um crescimento real de 4,5% em 2011. Em 2010 esse mercado cresceu 8,5% em relação ao ano anterior de 2009 e tudo indica que deverá continuar a se expandir em percentual superior ao crescimento do PIB nos próximos anos. Estima-se em 25 mil o número de pet shops no país. Hoje a tendência do mercado de Pet shops inova com produtos diferenciados, como esmaltes e refrigerantes, salões de beleza para animais, novos tipos de banhos, tosas e secagem de pêlos, com produtos importados de alto nível e serviços de entrega. No quesito luxo, o mercado pet do Brasil também tem muito a crescer. Uma pesquisa realizada pelo portal WebLuxo revela que apenas 5,5% do mercado brasileiro é composto por produtos mais caros. Os mais vendidos são coleiras, roupas, bebedouros e casinhas. Os estabelecimentos faturam até R$ 200 mil por mês. O Brasil tem hoje o segundo maior mercado pet do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Segundo dados da (Anfalpet), o Brasil tem estrutura e capacidade de produção para ser também o segundo maior exportador de artigos do segmento, com US$ 4 bilhões ao ano. O Brasil tem 98 milhões de animais de estimação. Segundo Antônio Braz, analista do IBGE o peso dos gastos com animais de estimação representa percentual de 0,7% no orçamento. Por isso, é bom ficar ligado nas tendências de produtos e serviços e nas regras básicas de manutenção de uma loja pet shop ou uma clínica veterinária”. De fato, criar bichinhos como gente é um bom negócio. Mas eu descobri que não estou sozinho nessa luta contra cocos de cachorros. Uma senhora, moradora de Copacabana, no Rio de Janeiro, espalhou um vidro de pimenta na calçada para espantar os cachorros. Segundo ela, “funciona que é uma beleza”. (Folha On Line, 15/09/2008). Ou ainda o caso de Cláudio Althierry que plantou bandeirinhas indicando a falta de educação dos cariocas e seus cachorrinhos no bairro do Flamengo – RJ. Não, não, senhores e senhoras, não sou contra a criação amorosa e o cuidado com os bichinhos. Sou contra o descaso das pessoas com seus animais quando dos passeios matinais, vespertinos e até noturnos. Repito: sou contra o descaso das pessoas que não recolhem os excrementos dos seus bichinhos, antes, deixando-os para deleite sensitivo dos cidadãos em geral. Sendo assim, acho que o cuidado, a atenção e o asseio com os passeios dos bichinhos deve ser assegurado pelo dono ou dona do animal. Eu não quero mais andar pelas ruas do bairro onde moro a mais de 10 anos tendo que me desviar da cáca dos cachorros. Eu quero ver cachorros e seus donos andarem livremente e alegremente com seus bichinhos, numa espécie de desfile da modernidade subjetiva, entretanto com educação, responsabilidade e, pelo menos, singelos gestos de cidadania. Bato palmas quando vejo donos ou donas responsáveis que recolhem o coco dos seus cahorrinhos. A bem da verdade, dá vontade de cumprimentar tal pessoa e ovacioná-la com força tal que todos os demais moradores venham a escutar. Então, vamos combinar uma coisa: que todas as pessoas de bem continuem a passear com seus cachorrinhos, mas que, com o mesmo cuidado dispensado com a caminhada, recolham o coco do animal. Ele não pode fazer isso sozinho. É você, pessoa humana, que possui polegar opositor, diferentemente de todos os demais animais. Assim, todos nós continuaremos a ter nossa caminhada normalizada, livre de visões detestáveis, cheiros repugnantes e, principalmente, daquela cáca alheia, ainda fresca, agarrada no solado do tênis branco. Fica o apelo!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Estou Casado! E agora?

Estas três coisas me maravilham; e quatro há que não conheço: O caminho da águia no ar; o caminho da cobra na penha; O caminho do navio no meio do mar; E o caminho do homem com uma mulher. Provérbios 30.18-19
Um dos grandes desafios para as pessoas que optam pelo matrimônio é a dinâmica da vida a dois. De fato, existem muitos dilemas e conflitos quando duas culturas e espiritualidades distintas, oriundas de processos educacionais diferentes, se conjugam num espaço que recebe a alcunha de lar. Comparo a vida a dois como abrir uma picada na mata densa e desconhecida. E o que se tem à mão é, tão somente, um facão amolado para criar a trilha. Anteriormente a nós, outros casais abriram suas respectivas trilhas, mas a experiência de um não pode ser repetida por outro. Sendo assim, cada casal tem que se aventurar em sua própria trilha. Eu que estou casado há 22 anos percebo que em alguns momentos eu e minha mulher nos cansamos, exaustos, de tanto gravitar o facão em busca de melhores trajetos. Então, paramos para descansar em clareiras, para depois nos lançarmos, novamente, ao árduo movimento na mata fechada. E o pior é que nunca chegamos ao destino final, porque não há destino final. O casamento, então, é uma espécie de labirinto onde duas pessoas precisam aprender a viver bem sem a cobrança por uma felicidade final, pronta e acabada. Nessa mata fechada labiríntica, surgem-nos duas opções mais emblemáticas: a primeira refere-se a viver a referida aventura sem o contentamento necessário e fundamental para o ser humano. Para os que optam por esse caminho, fica somente o cheiro da desilusão e da conformação. A segunda opção abraça o divertimento e procura o contentamento, independente dos resultados finais. Ora, esta opção nos dá a possibilidade de melhor nos harmonizarmos na vida e com a pessoa que escolhemos caminhar conjuntamente. Quando se perde esse desejo pelo produto final ou pela plena realização de um sonho, acredito, fica mais fácil viver a jornada a dois. Nesse sentido, o texto bíblico que apontamos para a nossa reflexão nos dá um parecer interessante sobre a pergunta que dá título à nossa mensagem. Ora, o texto em questão demonstra a dificuldade do caminho de um homem com a donzela, no caso, sua mulher. O autor do livro de Provérbios apresenta-nos quatro coisas que são complexas demais para ele. Em sua referência, o primeiro é o caminho da águia no céu; o segundo é o caminho da serpente na pedra; o terceiro é o caminho do navio no mar e o quarto é o caminho do homem com a mulher. A princípio, podemos dizer que o autor busca o sentido das coisas e as razões pelas quais essas dinâmicas se dão tal como se dão. Assim, ele se assusta quando percebe que não há uma resposta clara e evidente. Seu susto é, também, o nosso susto. Sendo assim, fica claro para todos nós que no que se refere a casamento, o caminho a ser trilhado e a própria busca de sentido em sua estrutura é experiência particular onde não existem mapas, tampouco receitas acabadas. Por isso, digo a você, distinto casal, que a aventura que hora vocês abraçam é única e marcada pela sensação de que não existe outra experiência igual em todo o planeta terra. Desta forma, vocês devem se apropriar da experiência conjugal de vocês como sendo a mais especial porque é única. Então, já que não temos a possibilidade de um final feliz, como já pontuei anteriormente, torna-se fundamental que em meio às tensões inerentes ao casamento, vocês tenham oportunidade de se divertir. Acho que este é um bom caminho para a dinâmica de vida a dois. Talvez, com o intuito de melhorar essa brincadeira, Mario Quintana, poeta brasileiro, escreveu certa feita uns versos interessantes que deveriam compor o momento de votos de todas as celebrações de matrimônio vigentes. Digo isso porque na dinâmica do relacionamento conjugal deve existir divertimento, e esse divertimento tem que estar de mãos dadas com a liberdade. Sem liberdade, nenhuma estrutura consegue resistir, inclusive o casamento. Vamos, pois, às suas sugestões poéticas: 1. Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade? 2. Promete saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica? 3. Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar? 4. Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e, portanto, a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela? 5. Promete se deixar conhecer? 6. Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor? 7. Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda? 8. Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros? 9. Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina? 10. Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja? Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher. Declaro-os maduros. Enfim, seja realmente esta a demanda de vocês que agora estão casados. E se em algum momento a pergunta “e agora?” surgir nos entroncamentos relacionais, saiba que não existe nada melhor do que um dia após o outro. Nada melhor do que uma noite após a outra. Nada melhor do que um beijo após o outro. Nada melhor do que não ter compromisso com a felicidade – aliada ao contentamento – de querer que o outro seja livre para ser o que é no entrelaçamento do amor. Acho isso fundamental.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

A Importância do Perdão

A vida cristã possui suas peculiaridades e desafios. Um dos maiores refere-se ao ato de dar e receber perdão. Quando avaliamos os textos sagrados, chegamos à nítida conclusão que a maioria das referências tem a ver com a questão do perdão. O simples aspecto basilar que concerne à conversão nasce, necessariamente, da atitude graciosa e perdoadora de Deus para conosco. Deus é, indubitavelmente, um Deus que perdoa e esquece. Ora, o perdão de Deus para conosco é fruto da graça maravilhosa que acolhe e abraça todo o nosso planeta. Deus não nos vê a partir dos nossos delitos e pecados. Ele nos percebe a partir de Cristo. Então, é por intermédio de Jesus Cristo que o perdão de Deus nos chega maviosamente. Entretanto, para que Deus nos veja em Jesus, torna-se necessário também o auto reconhecimento de nossa realidade de vida. Se me enxergo a partir do prisma da humildade e me reconheço tal como sou, então posso olhar para Cristo e percebê-lo superior a mim mesmo. Dessa forma, destaco minha total e irrestrita dependência dele e me lanço à sua misericórdia. Somente com essa atitude de entrega total é que posso entender as minhas carências, e assim, consequentemente, afirmar que não sou em coisa alguma, superior aos outros. Aliás, a Bíblia deflagra que temos que considerar os outros superiores a nós mesmos. Segundo Thomas à Kempis, um místico do século XV que muito influenciou a vida piedosa de John Wesley, “você precisa aprender a quebrar seu próprio eu em muitas coisas, se quer ter paz e concórdia com outros (Gl 6.1). Não é fácil residir em comunidades religiosas ou em uma congregação, conversar ali sem reclamação e perseverar ali fielmente, até a morte (Lc 16.10). Bem-aventurado é aquele que já viveu bem lá, e terminou bem”. (KEMPIS, A Imitação de Cristo, p. 36). Ora, o que Kempis evidencia é que não é fácil ter paz e concórdia com todas as pessoas, mas é preciso terminar bem essa jornada espiritual. Daí, podemos considerar que é nas discórdias e inquietações relacionais que surgem as más resoluções do amor, gerando a ansiedade, o ressentimento, o rancor e finalmente o ódio. Todos esses elementos obstruem, de forma evidente, a ação do perdão na zona das emoções humanas. É preciso evidenciar que no que se refere ao perdão, não temos opções. É, entre outras, uma esfera da vida espiritual que necessita de radicalidade. O evangelho de Mateus apresenta-nos a oração do Pai Nosso e sua ênfase na expressão: “Perdoa as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores”. Essa parte da oração é tão importante que mereceu um comentário do evangelista. E Mateus corrobora: “Se vós não perdoardes aos homens os seus pecados, tampouco vosso Pai celeste perdoará os vossos pecados”. Mt 6. 15. Portanto, é preciso considerar que o grande “nó” da vida cristã está justamente na perspectiva do dar e receber perdão. Somos desafiados a essa ação de forma tal a provocarmos liberdade. Não há dúvida de que dar ou receber perdão não é tarefa fácil. É por isso que, diante desse desafio, precisamos contar com a ajuda de Jesus. Diante do grau de dificuldade para dar e receber perdão, somente Jesus pode provocar a reconciliação, e isso por intermédio da Graça de Deus.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Uma Reflexão sobre a Morte

Vez por outra, somos tomados por múltiplas perguntas e poucas convicções e respostas. Em que pese a nossa vontade e desejo por uma vida mais cartesiana e lógica, somos, invariavelmente, assaltados por situações inexplicáveis que nos deixam atemorizados. Como que do nada, recebemos a notícia da partida de um ente querido e sentimos nossa alma fragmentar-se. Uma dor lancinante se instala, nossa fé se estremece e o caminho, dantes reto e límpido, se torna tortuoso e nebuloso. É uma experiência de claro-escuro que faculta ilusões e desilusões. De fato, o turbilhão oriundo de um momento fatídico deixa-nos tal qual a nau sem leme e sem remo no meio de um oceano bravio. E, então, perguntamos como o salmista: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” O clamor do salmista, relembrado por Jesus na cruz do calvário, que ecoa ainda em nossos dias, é tomado emprestado por nosso espírito com a finalidade de tentar conter a “sombra da morte” e declarar, “esperando contra a esperança”: “Não temerei o mal porque Tu estás comigo”. É essa atitude teimosa que insiste em resistir ao inusitado. Pessoa alguma pode perder a sensibilidade frente ao inusitado, pois viver é realmente muito complexo, entretanto bom; e viver pela graça de Deus é melhor ainda. Acho que foi com o olhar em torno da complexidade da vida que o salmista escreveu: “Tua graça é melhor do que a vida”. Ora, a graça de Deus é essa dimensão que nos ajuda a melhor conceber as relações humanas e todos os acidentes delas decorrentes. Sendo assim, todos os bons sentimentos e superações, oriundos das relações entre semelhantes ou mesmo dos acidentes de percurso, são interpretadas por nós de diversas maneiras e se harmonizam em nossa vida, tão somente, pela concretude da graça. Essa dimensão cuidadora e amorosa de Deus para com seus(suas) filhos(as) amados(as), independente dos momentos – sejam eles bons ou ruins – é manifestação de uma presença sempre furtadora da dor. Sendo assim, o sofrimento, inerente a todos ser humano, é experimentado porque somos seres ainda ligados aos elementos físicos. Mas tal sofrimento é apaziguado por Deus, pois somos seres marcados pelo espírito. Ora, a zona espiritual é a zona da superação. É a zona da poesia, da música, das artes, da contemplação e da memória bem resolvida com o seu passado. Ao mesmo tempo, somos seres físicos e espirituais, imanentes e transcendentes. Experimentamos a vida, suas belezas e tragédias e somos projetados pela graça para o campo florido e perfumado da superação. A graça é melhor do que a vida porque é ela a agente de Deus que nos permite a superação. Quando não temos respostas frente a qualquer ocorrido, nos alimentamos da presença cuidadora de Deus e superamos a nossa dor. Então, diante do irônico da vida, quando as perguntas “são” e as respostas “não-são”, recorremos, enfim às coisas do espírito. E é o Rubem Alves quem poeticamente nos diz que nós não morremos, mas transformamo-nos em aves selvagens e livres que voam rumo ao paraíso gestado pelo Criador. Em outras palavras, somos tal como uma música bem harmonizada, com boa melodia, ritmo e dissonância; música que no devido tempo cessa de ser tocada e cantada, deixando nos palácios da memória a saudade e a convicção de que a música será novamente executada, em tempo oportuno, no templo da eternidade.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Estou com uma Doença...

Estou com uma doença esquisita. É uma doença que está me deixando muito mal, afetando inicialmente, todos os meus 206 ossos e os meus 640 músculos, inclusive a estrela entre eles, o coração. Na verdade, descobri que essa doença está me provocando uma fobia, melhor dizendo, uma aversão à instituição e seu respectivo institucionalismo, aumentando meus batimentos cardíacos e fazendo meu sangue correr em todos os 96.560 km dos meus vasos sanguíneos. Aliás, essa fobia tem me provocado náuseas, principalmente quando me deparo com a esfera do poder, com gente que só quer saber de mandar em gente. Também tem me provocado ânsias quando visualizo, mesmo que sucintamente, qualquer ato ditatorial da parte daqueles que existem para servir. Tenho dores infernais na cabeça, principalmente quando leio artigos e documentos que estão longínquos da essência do Evangelho sinalizado por Jesus Cristo. Vejo múltiplas manchas vermelhas no meu corpo quando percebo o espírito de dominação, traduzido pela metáfora da visão ou da profecia, nos discursos e “pregações”. Triste saber de gente que usa a fé alheia para satisfazer seus desejos e viajarem a custa dos outros. Surgem-me calafrios quando contato a veracidade destes pares que buscam essa estirpe de espiritualidade idolátrica. Nessa percepção, minhas glândulas sudoríferas, localizadas na derme, produzem um suor salino e meus olhos ficam irritados, frente ao algo triste revelado, produzindo lágrimas que fluem para as narinas e provocam a vermelhidão. O choro se estrema e uma dor lancinante se instala no peito. A pele é ferida, os capilares são rompidos, me deixando expostos a uma infecção. Meu sistema respiratório arfa por oxigênio. A respiração fica difícil, vírus invadem o meu corpo e busco remédios e vacinas. Pior são os calafrios que ocorrem, invariavelmente, quando constato também, o surgimento de campanhas de vitória e sucesso feitas em nome de Deus. Mas o que me mata mesmo é a taquicardia que altera toda a pressão arterial da alma provocando muitas inflamações no espírito. Tais inflamações não permitem aproximações de quem quer que seja, fazendo-me recolher a um canto qualquer onde minha solidão seja elaborada e eu experimente a restauração misteriosa da graça. Alia-se a estas patologias citadas uma alergia aos títulos de toda e qualquer ordem – dos chamados “espirituais” aos acadêmicos. Meu encéfalo – mais complexo do que qualquer computador que exista no mundo – controla o meu sistema nervoso. De todos os órgãos do corpo humano, este é o que é mais afetado pelo envelhecimento. Isso significa que no auge dos meus 41 anos, meu encéfalo já não é o mesmo de quando tinha 16. Não posso perder energia em bobagens, tais como estas citadas, com os meus 80,4 km de nervos do corpo. Assim, meus feixes de axônios e neurônios precisam liberar e transportar impulsos elétricos com coisas que valham à pena. Fui ao médico e ele me receitou indiferença. E mais duas doses de “não esquenta a cabeça”. Segui as orientações, mas não teve jeito. Resolvi apelar e visitar um curandeiro. Ele me deu algumas ervas pra fazer um chá de indignação. Deu-me também umas raízes, com as quais eu pude fazer uma pasta de rebeldia para passar na cabeça, o que de alguma forma me aliviou as dores cefálicas, entretanto a alma continua em agonia. Não sei se há saídas para a minha doença. Acho que ela é incurável. Diante disso, me sobram duas perspectivas: resignar-me ou lutar contra a doença. Escolhi a segunda opção. Vou lutar contra essa doença, mesmo que ela me leve à morte. Vou lutar com todas as minhas forças contra essa invasão bárbara que não foi gerada por mim, mas que me atinge profundamente e silenciosamente como uma metástase. Já estive no CTI, passei pela enfermaria e agora caminho trôpego com muletas emprestadas por amigos que não me desamparam nunca: o paulistano do trem, o crente do “pii” quente, o alienígena e o quixotesco dos livros. Moribundo, espiritualmente, só me resta a esperança...

terça-feira, 17 de abril de 2012

O Sol Brilha Diferente

Quando as coisas não vão bem com a gente, o sol brilha diferente. Se ao contrário, tudo está em ordem, o sol brilha diferente. Quando os amigos se afastam e os bons risos cessam, o sol brilha diferente. Se surgem novas amizades e a sinceridade irradia nos olhares, o sol brilha diferente. Quando a enfermidade e a doença se instalam em nosso corpo, o sol brilha diferente. Se ficamos sãos e nos lançamos novamente a todas as nossas atividades sem limitações, o sol brilha diferente. Quando as questões familiares não têm uma boa resolução em nossos lares, o sol brilha diferente. Se estamos em harmornia, casais conjugados e filhos em diálogo, o sol brilha diferente. Quando a saudade se instala no profundo da alma, o sol brilha diferente. Se nos reencontramos com a pessoa amada ou com o amigo distante, o sol brilha diferente. Quando oramos, mas nos dispersamos em nossa oração por causa dos muitos problemas, o sol brilha diferente. Se oramos, silenciando nosso ser para ouvir o grande Deus, o sol brilha diferente. Quando querem transformar nossa espiritualidade em comércio, o sol brilha diferente. Se nos aninhamos a uma vida espiritual cercada de realidade e esperança, o sol brilha diferente. Quando somos banhados com a chuva da tempestade, o sol brilha diferente. Se nos chega aos telhados a chuva fina que rega a terra, o sol brilha diferente. Quando nos falta a fé para a jornada espiritual na dimensão do Reino de Deus, o sol brilha diferente. Se o Reino de Deus é vivido por nós na dimensão plenificada da esperança, o sol brilha diferente. Quando tomamos consciência de que Jesus morreu na cruz no calvário, o sol brilha diferente. Se vamos ao túmulo e percebemos que ele não mais lá está, o sol brilha diferente. Quando somos tomados pelo medo da morte ou pelos assaltos do pecado, o sol brilha diferente. Se nos alimentamos da esperança da vida eterna, o sol brilha diferente. De fato, o sol sempre brilha diferente? Moisés Coppe

DIA 73 - Separações acontecem e a vida segue como dá...

  1. Quando penso sobre o processo que envolve as separações conjugais, constato que muito do possível sofrimento que acomete o casal não ...