segunda-feira, 15 de setembro de 2008

DOZE CONSELHOS PARA TER UM INFARTO FELIZ


por Dr. Ernesto Artur - CARDIOLOGISTA


1. Cuide de seu trabalho antes de tudo. As necessidades pessoais e familiares são secundárias;


2. Trabalhe aos sábados o dia inteiro e, se puder também aos domingos;


3. Se não puder permanecer no escritório à noite, leve trabalho para casa e trabalhe até tarde;


4. Ao invés de dizer não, diga sempre sim a tudo que lhe solicitarem;


5. Procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias,conselhos e aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões, simpósiosetc.;


6. Não se dê ao luxo de um café da manhã ou uma refeição tranqüila. Pelo contrário, coma o mais rápido possível pra não perder tempo e aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes.


7. Não perca tempo fazendo ginástica, nadando, pescando, jogando bola ou tênis. Afinal, tempo é dinheiro;


8. Nunca tire férias, você não precisa disso. Lembre-se que você é de ferro;


9. Centralize todo o trabalho em você, controle e examine tudo para ver se nada está errado. Delegar é pura bobagem; é tudo com você mesmo;


10. Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e pintar aquela dor de estômago, tome logo estimulantes, energéticos e anti-ácidos. Eles vão te deixar tinindo;


11. Se tiver dificuldades em dormir não perca tempo: tome calmantes e sedativos de todos os tipos. Agem rápido e são baratos.


12. E por último, o mais importante: não se permita ter momentos de oração, meditação, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida . Isto é para crédulos e tolos sensíveis.Repita para si: Eu não perco tempo com bobagens.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

MOVIMENTOS EDUCACIONAIS



“Para a liberdade foi que Cristo vos libertou.
Permanecei pois sóbrios e não vos submetais de novo ao jugo da escravidão”.
Gálatas 6:1

Indubitavelmente, os caminhos inerentes ao que chamaremos neste texto de movimentos educacionais precisam ser marcados pela (i)lógica do amor. Não há como conceber tais movimentos sem a perspectiva relacional, fruto de possibilidades libertadoras[1] coligadas a um desvelo “agapático”.[2]
Ao falarmos de movimentos educacionais, desenvolvemos a singela reflexão de que educação que se preze acontece naturalmente na criação, recriação, decisão, dinamização do mundo, domínio da realidade e humanização.[3] Ela não se institui. Ora, toda e qualquer instituição tende a limitar as ações humanas. É inegável a capacidade que a instituição tem em delimitar a vida humana do nascimento à morte. Quem nasce, nasce dentro de um complexo institucional, sobrevive por causa dele, se forma e se informa, entretanto, acaba em algum momento de sua singular trajetória, se sentindo aprisionado. Se almejar a ruptura, sofre. Não é fácil controlar o sofrimento decorrente de uma separação institucional. Rubem Alves, em seu livro: “Dogmatismo e Tolerância”, assim expressa:
Uma instituição é um mecanismo social que programa o comportamento humano de forma especializada, de sorte que ele produz os objetos predeterminados pela instituição. Igrejas, exércitos, escolas, hospitais, manicômios, casamento – são todos instituições. Pode-se, na verdade, ver que todos eles: 1. Programam o comportamento. 2. Forçam o indivíduo a produzir comportamentos e “bens” segundo as receitas monopolizadas pela instituição.[4]

Ora, Alves nos incita à discussão sobre o conceito de liberdade ante à instituição. E bem sabemos que o conceito de liberdade é ambíguo. Mas será que podemos realmente falar de liberdade em nossos movimentos educacionais?
A bem da verdade, ainda não conseguimos nos libertar da educação depositária, denunciada por Paulo Freire.[5] É claro que existem reflexos inusitados dentro dos nossos movimentos educacionais que nos lançam ao princípio da liberdade, mas ainda são reflexos. É preciso que nos lembremos da vocação primeira que nos conduziu à dinâmica dos movimentos educacionais. Se a “água” da atividade presente estiver contaminada, é preciso (re)visitar a fonte incipiente e beber água pura. Tal atitude, embora pueril, é fundamental para descortinarmos as janelas dessa utopia chamada liberdade e retomarmos nossos movimentos com renovada esperança.
Mas se há uma trilha para a liberdade, essa trilha é o amor. Embora, a palavra amor esteja desgastada, assim como muitas das suas manifestações, ainda assim continua a ser um ideal epicentral. E sabemos que nenhuma pessoa é movida por razões da cabeça, senão por razões que tocam a alma e o coração. Ademais, as possíveis “verdades” somente podem se constituir se há o estabelecimento de uma relação amorosa. Nessa linha, Alves expressa que o que move as pessoas não são as razões da ciência e das convicções, mas as razões do coração. Quando a emoção é tocada, as idéias deslizam com facilidade.[6] Isso sem perder a capacidade de criticidade.
Se optarmos em estabelecer boas resoluções em nossa vivência, mediante a partilha de verdades com amor, então poderemos falar de coerência nos movimentos educacionais que passam, necessariamente, por nossa assimilação de mundo e atitude de desvelo em relação às pessoas.
Portanto, cuidar das pessoas na dimensão do amor favorece aquilo que E. Morin chamou de unitas multiplex. Mais especificamente:
Cabe à educação do futuro cuidar para que a idéia de unidade da espécie humana não apague a idéia de diversidade e que a da sua diversidade não apague a da unidade. Há uma unidade humana. Há uma diversidade humana. A unidade não está nos traços biológicos da espécie Homo sapiens.[7]

O desafio que se posta ante ao olhar do educador é o que confere a dinâmica do amor na afirmação das diferenças, visando aquilo que Morin batizou de antropo-ética, ou seja, a relação entre indivíduo singular e espécie humana como todo.[8]
Freire na mesma linha aponta: “Nas relações que o homem estabelece com o mundo há, por isso mesmo, uma pluralidade na própria singularidade. E há também um traço de criticidade”.[9] E assim, o desvelo nos movimentos educacionais, que possui necessariamente uma característica de alteridade, é a possibilidade que os educadores desenvolvem ao harmonizarem-se com os educandos. E essa tarefa não acontece do dia para a noite, tampouco vice–versa, mas na lida diária. Em uma espécie de desvelo pericorético–amoroso.[10] E nesse nível de desvelo inicia-se nossa tarefa.

Moisés Coppe.
[1] Para maiores ampliações do termo, ver: FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994.
[2] Termo relativo à palavra grega – agape – amor incondicional. Adotamos também a idéia freriana de amor como ato de coragem que não teme o debate.
[3] FREIRE, op. cit, p. 51.
[4] ALVES, Rubem. Dogmatismo e Tolerância. São Paulo: Paulinas, 1982, p. 40 – 41.
[5] FREIRE, op. cit, p. 104.
[6] ALVES, Rubem. Apontamentos para um pastoral protestante. Cartilha publicada pelo CEDI.
[7] MORIN, Edgar. Os Sete Saberes necessários à educação do futuro – 5. ed. – São Paulo: Cortez; Brasília – DF: Unesco, 2002, p. 55.
[8] Idem, p. 113.
[9] FREIRE, op. cit, p. 48.
[10] Pericórese é uma terminologia grega para indicar unidade na aletridade. Conceito desenvolvido por João Damasceno no século II da era cristã.

DIA 73 - Separações acontecem e a vida segue como dá...

  1. Quando penso sobre o processo que envolve as separações conjugais, constato que muito do possível sofrimento que acomete o casal não ...